Apelo dos "Solidários": Cortes de Salários e Pensões, Não Podemos Aceitar!

O governo emitiu um “pacote de ajudas”

e prepara um orçamento para 2023 que têm um mote simples: 

– cortar os salários e pensões,

– aumentar os lucros.

NÃO PODEMOS ACEITAR!

Depois da troika, de que nunca recuperámos verdadeiramente, a União Europeia e Washington mandam os povos “apertar o cinto” outra vez. E o governo português curva-se e faz o que lhe mandam, em nome da dívida.

No ponto em que já estamos, apertar o cinto é mais do que voltar à austeridade: é descer à miséria.

Dizem-nos eles que é preciso que os povos desçam à miséria – para eles poderem gastar cada vez mais milhares de milhões de euros e dólares em armas de guerra cada vez mais destrutivas, para porem trabalhadores da Ucrânia em uniforme a matar mais trabalhadores russos em uniforme e vice-versa. 

Dizem-nos eles que é preciso que os povos desçam à miséria – para inchar ainda mais os super-lucros dos grandes grupos multinacionais, que já não sabem o que hão-de fazer a tantos milhares de milhões feitos com armas, petróleo, matérias-primas…

Porque hão-de os trabalhadores portugueses e do mundo financiar esta orgia de destruição e de super-lucros com mais cortes nos seus salários e pensões de miséria? Por muito que disfarcem os cortes de “aumentos” – aumentos de 0,9% ou 2% ou 3%, quando os preços sobem 8% ou 10% ou 14%!

Do que os trabalhadores portugueses necessitam urgentemente é de:

– Aumento geral e imediato dos salários e das pensões de pelo menos 10%, para poderem continuar a pagar as contas do super-mercado, do gás e da electricidade;

– Aumento do salário mínimo para mil euros;

– Adopção imediata de uma escala móvel dos salários, que regule a subida automática dos salários ao ritmo da inflação;

– Revogação das leis laborais da troika, nomeadamente da caducidade da contratação colectiva, reposição do princípio do tratamento mais favorável, das taxas de indemnização por despedimento e dos rácios de pagamento de horas extraordinárias, eliminação de todas as formas de precariedade, contratos de trabalho para todos;

​– Direitos e contratos de trabalho para todos os trabalhadores das plataformas digitais; regulação profissional da profissão para todos os trabalhadores dos call-center; 

– Confiscação imediata dos lucros extraordinários das empresas energéticas e dos grandes grupos económicos em geral, de forma a evitar a escalada da espiral preços / lucros! 

– Nacionalização dos grandes grupos dos sectores ditos estratégicos da economia, banca, combustíveis, infra-estrutura, transportes. A vida e a subsistência das populações e do país não podem ficar dependentes do enriquecimento de meia-dúzia de grandes accionistas e donos de fundos de investimento.

Àqueles que dirigem as organizações políticas e sindicais que têm a confiança ou o voto dos trabalhadores, dizemos nós: 

  • se o governo não é capaz de romper com as imposições da União Europeia e com a chantagem do patronato, preparemos e generalizemos a greve, em todos os sectores, para impor as reivindicações que garantam a sobrevivência de quem trabalha!

E se as reivindicações elementares das classes trabalhadoras não são aceitáveis pela União Europeia, então o governo que rompa com as imposições da União Europeia e realize a vontade do povo! Se o povo tem há anos posto os partidos da troika em minoria, não é para os partidos em que vota irem para lá fazer o que a troika manda!