Apelo do movimento dos sindicalistas contra a União Europeia (TUAEU) (extractos)
SALVAR O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (NHS), SAIR DA UNIÃO EUROPEIA
A determinação do governo em impor aos médicos do Serviço Nacional de Saúde novos contratos de trabalho precários e em enfraquecer os sindicatos do sector da saúde são fruto do seu comprometimento com a União Europeia e com o Tratado de Parceria e Investimento Transatlântico (TTIP) (…)
A campanha das empresas privadas do sector da saúde para absorver o NHS
Podia-se pensar que os lobbys industriais dominantes fossem os petrolífero, militar e financeiro. Não é assim. As organizações de saúde do sector privado são as maiores e mais influentes, tanto na UE como nos EUA. (…)
UE = privatização exponencial
A UE anda há quarenta anos a promover um programa de deslocalização de indústrias, de privatização do sector público, de desregulamentação dos mercados de trabalho, de liquidação da contratação colectiva e de ‘liberalização’, ou seja, privatização da maior porção possível do sector público. Os caminhos de ferro e correios tiveram de ser vendidos por força de directivas da UE. Isto já teve, naturalmente, consequências negativas sobre a prestação de serviços de saúde, com o chamado ‘mercado interno’, as PFI (variante britânica da PPP, parceria público-privada), etc.
Fim à captura do Reino Unido pelas grandes empresas
A captura do Reino Unido pelas grandes empresas está praticamente concluída, transformando-nos numa ilha privada sem fontes de energia independentes, com a indústria pesada e segmentos inteiros da agricultura produtiva e das pescas desfeitos. Mantêm-se, não obstante, parcelas consideráveis do sector público: escolas, poderes locais, administração central (…), a BBC e, sobretudo, o Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Obama, porta-voz das multinacionais americanas
A recente visita do Presidente Obama à Grã-Bretanha e a sua intervenção no debate para o referendo sobre a UE são prova da absoluta determinação dos EUA em se apoderarem do ‘mercado’ da UE e deitar a mão ao sistema de saúde. (…) É neste contexto que se enquadra a actual resistência dos membros da BMA (Associação Médica da Grã-Bretanha, que é tanto ordem profissional como sindicato, não filiado no TUC) contra as mudanças contratuais planeadas pelo governo. (…) A única maneira de escapar ao programa de privatização da UE e ao veneno do TTIP é conseguir que os trabalhadores do sector da saúde se ponham na vanguarda do voto para sair da UE. Talvez nessa altura uma parte dos £350 milhões que a Grã-Bretanha paga por semana à UE possa ser reafectada a investimentos no nosso NHS.